Se a IA proteger o mundo – quem nos protegerá da própria IA?
A inteligência artificial está rapidamente se tornando a espinha dorsal da segurança global — sendo usada tanto para fins defensivos quanto ofensivos. Mas quando é a própria tecnologia que protege o nosso mundo, surge uma questão essencial: quem nos protege dela?
Imagem: Soldado de IA / ZenoFusion AI Studio / Midjourney
1. O caso da Ucrânia – onde começa a guerra do futuro
Durante a guerra na Ucrânia, foi implementado com sucesso um sistema tático militar baseado em IA, conhecido como Delta. Desenvolvido pela AeroRozvidka, ele integra redes neurais e dados do Starlink para coordenar o campo de batalha em tempo real. O sistema reúne informações de drones, satélites e sensores, criando mapas situacionais precisos e dinâmicos. Essa tecnologia não apenas fortalece a defesa, como também transforma a lógica da guerra — da reação imediata para a previsão estratégica.
2. Defesa ou ferramenta de controle?
A IA pode prever ataques, responder sem atraso e tomar decisões automatizadas. Mas o que acontece quando o ser humano deixa de ser o decisor final? A ameaça está em sistemas que podem agir ofensivamente por erro — ou por design. A linha entre proteger e atacar pode se tornar invisível.
3. Ética e mecanismos de controle
Organizações internacionais como a NATO e a União Europeia estão discutindo urgentemente a necessidade de regular a IA militar. Diversas propostas exigem que qualquer sistema de defesa automatizado esteja sempre sob supervisão humana. Sem isso, o risco deixa de ser local — e se torna global.
Conclusão
Se a IA está protegendo o planeta, devemos proteger a nossa liberdade dos impactos que ela mesma pode causar. É fundamental exigir algoritmos transparentes, monitoramento humano constante e diretrizes éticas internacionais. Afinal, as guerras do futuro não começarão com balas — começarão com código, se espalharão por algoritmos e terminarão nas mãos de quem tiver responsabilidade.
✍ Tornike • 18 de junho de 2025